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Foto: Federação do Piauí/Reprodução |
Os campeonatos estaduais são a prova de que o fundo do poço não existe. Sempre dá para cavar mais um pouquinho.
Nada é tão ruim que não possa piorar. Não me lembro se essa é um dos artigos da Lei de Murphy. Se não é, tem o espírito do manual dos pessimistas.
Os campeonatos estaduais, esse grande incômodo no calendário nacional, comprovam essa tese. Além de tomarem uma infinidade de datas atrasando o início do Brasileirão, o torneio que realmente importa, ainda apelam para fórmulas que variam entre o sem sentido e sem noção.
Na intensa disputa pelo título de pior regulamento do Brasil, o pelotão de elite da tabela de classificação ficaria assim:
5. Campeonatos Mato-grossense/Rondoniense:
Naquela mesa está faltando ele
O regulamento do Campeonato do Mato-Grosso nem foge dos padrões. Porém, o número de participantes sim. O torneio tem número ímpar de disputantes. São nove. Assim, a cada rodada um fica de fora. Não dava para ter colocado mais um? Mesma pergunta pode ser feita aos organizadores do Campeonato Rondoniense, que tem sete times.
4. Campeonatos Capixaba/Potiguar:
Ou dá, ou desce
O Campeonato do Espírito Santo não tem meio-termo. São dez clubes que disputam o estágio de classificação em turno único. Os oito melhores - isso mesmo - avançam. É mais fácil se classificar no Campeonato Capixaba até mesmo que nas eliminatórias Sul-Americanas, que mandam sete de seus dez participantes para o Mundial.
No entanto, se o time ficar entre os dois últimos, será rebaixado para Segunda Divisão.
Não é o único a fazer isso. No Campeonato Potiguar, que tem oito participantes, seis avançam na briga pelo título e dois são mandados para a Segundona.
3. Campeonato Paulista:
o negócio é encher linguiça
A fórmula do Campeonato Paulista parece ter sido idealizada por alguém de Bragana Paulista. Foi desenhada para encher linguiça. Ou, se preferir, a grade de programação das muitas plataformas que transmitem o torneio.
A primeira fase, onde os 12 clubes são divididos em quatro chaves de quatro, tem 88 partidas. Ainda assim, apresenta distorções. Os times da mesma chave não se enfrentam. A classificação é feita de duas formas.
Para seguir na briga pelo título, é preciso ficar entre as duas primeiras posições de cada chave. Uma forma clara de evitar a saída dos times grandes da disputa. Mesmo assim, eventualmente algum deles consegue dar esse vexame.
O rebaixamento é definido de outra forma. Para isso, é feita uma classificação geral após as 11 redadas e os dois piores caem.
Trata-se de uma linguiça mista.
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Foto: Federação Paulista/Reprodução |
2. Campeonato Carioca:
cair é missão quase impossível
Torneio que um dia foi o mais charmoso entre os estaduais, o Cariocão engatou a sexta marcha e desceu a ladeira. Na tentativa de manter as marcas Taça Guanabara e Taça Rio, implantou uma fórmula Frankenstein. A primeira etapa, o estágio de classificação, manteve o nome de Taça Guanabara.O primeiro colocado leva o título. Quem fica entre a segunda e quarta posições vai para as semifinais. Times da quinta a oitava posição são 'classificados' para a Taça Rio, um torneio de consolação sem a menor importância. Parece mais um castigo que um prêmio.
Isso, no entanto, nem é o pior. Dos 12 participantes, somente um é rebaixado. Ou seja, é tão difícil ser rebaixado como levantar a taça.
Além disso, o rebaixamento pode até não acontecer. O time que fica na lanterna é inserido na Segunda Divisão de 2025, que começa logo após a disputa da Primeira Divisão. Se for campeão, pode voltar.
É um cenário típico da volta dos que não foram.
1. Campeonato Piauiense:
Faz de conta que está valendo
O Campeonato do Piauí tem oito clubes. Eles foram separados em dois grupos de quatro na primeira fase. Ao final, quatro times de cada grupo avançam. Não, você não entendeu errado. Todos se classificam para a segunda fase.
O estágio inicial serve apenas para determinar o emparelhamento para a etapa seguinte. São disputados 24 jogos para determinar algo que poderia ser definido em um sorteio de 15 minutos.
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