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Ednaldo Rodrigues (à dir.), presidente da CBF e Nestor Pitana, um dos novos comandantes da arbitragem no Brasil. Foto: Site da CBF/Reprodução |
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Quando praticamente ninguém esperava, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou uma mudança radical no departamento de arbitragem.
O trapalhão Wilson Luiz Seneme, que desagradava 350 a cada dez torcedores, foi demitido. Isso já vinha sendo anunciado há bastante tempo. Contudo, nunca se consolidou.
Assim, acreditava-se que Seneme iria sobreviver mais uma temporada, apesar da tempestade de críticas. Grande parte delas justificada.
Árbitro medíocre, ele passou seis anos à frente da arbitragem da Confederação Sul-Americana de Futebol. De lá, saiu para a CBF. Foi contratado em 2022. Ficou por quase três anos.
Sua demissão chegou com três anos de atraso.
Foi o pior diretor da comissão da história da CBF. Esse título não é fácil de ser conquistado diante da longa lista de gestões desastrosas.
O ponto mais baixo da atuação de Seneme foi quando, por meio da CBF TV, analisava os lances polêmicos das rodadas do Brasileirão. Contrariar o que mostravam as imagens virou uma especialidade da Casa.
Sai 1, entram 10
A queda de Seneme foi anunciada juntamente com a reformulação da comissão de arbitragem. Segundo a CBF, o comando será descentralizado.
Rodrigo Martins Cintra assume o posto de coordenador. Mas contará com uma espécie de conselho consultivo responsável por determinar as políticas de arbitragem.
Cartola promete mais dinheiro para a arbitragem
Ednaldo Rodrigues durante o anúncio do novo formato da comissão de arbitragem afirmou que a CBF aumentará o orçamento do órgão. Afinal, agora são dez bocas para alimentar.
Porém, se esquivou de prometer mudanças mais profundas como, por exemplo, a criação de um quadro nacional de árbitros treinados e gerenciados pela comissão.
Atualmente, os assopradores de apito são formados pelas federações, criando um conflito de interesses. Não são escalados em jogos de times de seu estado.
Ou seja, são considerados parcialmente neutros. Têm confiança em jogos de times de outros estados, mas se partida envolver um clube da federação a que estão vinculados, ficam sob suspeitas.
Ora, ou se é neutro ou não é.
Dedicação exclusiva também fica de lado
Entra ano, sai ano, analistas e ex-árbitros exigem a profissionalização da arbitragem, sendo considerada uma solução para todos os problemas do setor.
É um pedido sem sentido. Primeiro, por serem os árbitros profissionais. Eles recebem por todos os jogos apitados.
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Sandro Meira Ricci, brasileiro membro do conselho internacional de árbitros da CBF. Foto: Site da CBR/Reprodução |
Porém, oficialmente, necessitam ter outra profissão. Por vezes, a comprovação disso é meramente formal e há dedicação exclusiva à arbitragem.
Entretanto, uma formalização dessa situação com a criação de um quadro de árbitros voltados apenas para essa carreira poderia auxiliar na hora dos treinamentos e, naturalmente, cobranças por melhor desempenho.
Independência fica esquecida na gaveta
Porém, há algo ainda mais importante que isso. Garantir que a comissão de arbitragem tenha dinheiro suficiente para seu funcionamento e seja independente.
Para isso, seria preciso estabelecer critérios para o envio de dinheiro e quebrar o vínculo com a CBF. Atualmente, o chefe da entidade manda nos árbitros.
Assim, eles estão sujeitos às influências dos cartolas de clubes e federações, que elegem o presidente da CBF.
Na questão da independência do comando da arbitragem, Ednaldo Rodrigues se calou.
Isso leva a crer que, na prática, a grande mudança feita na comissão de arbitragem foi feita pura e simplesmente para manter as coisas como elas estão.
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