Fluminense e Flamengo fizeram no sábado, 8 de fevereiro, um clássico pela antepenúltima jornada da Taça Guanabara, o estágio de classificação do Cariocão 2025.
Ao Tricolor das Laranjeiras, apenas a vitória servia na tentativa de evitar uma eliminação precoce no estadual de Rio de Janeiro. Ao Flamengo, em situação mais confortável, o empate até seria aceitável.
O jogo não saiu do 0 a 0.
Porém, a partida não se desenvolveu conforme as necessidades de cada equipe.
Goleiro do Flamengo deixa gramado sem fazer defesa
Precisando da vitória, o Fluminense mal atacou. Construiu apenas três lances que terminaram em oportunidades para finalização ao longo do confronto. Nenhuma delas foi no alvo.
O goleiro Rossi bem que poderia ter tirado o dia de folga. No Maracanã, foi um mero expectador. Com o direito de assistir ao jogo em campo.
O rubro-negro, mesmo sem necessidade de correr riscos, disparou 11 arremates. Tampouco foi perigoso. Apenas duas das finalizações exigiram intervenções de arqueiro Fábio.
Não precisava de mais que isso.
Com a igualdade, o Flamengo, que tem um jogo a mais para realizar, o clássico com o Botafogo, está na zona de classificação para as semifinais.
O Fluminense aparece em uma longínqua oitava posição na tabela de classificação do Cariocão.
Empate serviu apenas ao técnico
A resposta é simples: ao técnico Mano Menezes. Com a igualdade, ele evitou uma enxurrada de críticas que viriam em caso de fracasso no Fla-Flu.
Então, para que correr riscos?
Mano Menezes, agora com 62 anos, jamais pode ser acusado de Ofensivista em sua extensa carreira. O Fluminense é seu vigésimo segundo clube.
Montar o sistema defensivo sempre foi sua prioridade. Ele é conhecido por ser um retranqueiro. Porém, a história mostra que nem isso faz bem-feito.
Embora não sejam peneiras, suas defesas tampouco são paredões.
Táticas covardes são padrão do treinador
Em momentos de turbulência, é normal que as pessoas optem por atitudes mais conservadoras, teoricamente mais seguras. Mano Menezes, entretanto, vai bem além disso. Em momentos determinantes, a covardia é seu padrão.
No ano passado, quando foi chamado para ocupar a vaga de Fernando Diniz, demitido devido aos maus resultados no Brasileirão, chegou com duas portas abertas para alcançar títulos.
Na Copa do Brasil, seu sistema defensivo foi desmontado pelo Juventude. Com cinco gols sofridos em duas partidas, o Tricolor das Laranjeiras foi eliminado ainda nas oitavas de final.
Na Libertadores, nova retranca, nova
O pior, no entanto, ainda estava por vir. Na Copa Libertadores da América, venceu o Atlético-MG, no Maracanã, por 1 a 0, no jogo de ida pelas quartas de final.
Se ousadia nunca esteve entre suas qualidades, precisando apenas do empate, Mano Menezes optou pelo antijogo na partida de retorno. O Fluminense se fechou na defesa.
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Germán Cano, que renovou contrato com o Tricolor, vê suas chances para finalizar limitadas com Mano Menezes. Foto: Site do Fluminense/Reproduçao |
A tática foi por água abaixo. Logo aos oito minutos, o Galo teve um pênalti a seu favor. Hulk desperdiçou evitando que o clube mineiro abrisse o placar. Porém, não deixou de pressionar.
Só no primeiro tempo, foram 14 finalizações do clube mineiro. Número muito grande considerando-se que o Fluminense não fazia outra coisa a não ser tentar de defender.
Mais uma vez, goleiro adversário apenas assiste ao jogo
Ofensivamente, quase nada produziu. Foi para o vestiário sem ter acertado uma finalização sequer.
Na fase final, mais pressão do alvinegro. Aos cinco minutos, Deyverson abriu o marcador. Esperava-se, então, uma mudança da postura defensiva do Fluminense.
Isso não aconteceu. O Tricolor das Laranjeiras continuou acuado em seu campo de defesa. Claramente desejava levar a definição para as cobranças de pênalti.
Acabou pagando o preço da covardia. Aos 43 minutos, Deyverson voltou a marcar, estabeleceu o 2 a 0 como placar final e tirou o Fluminense da briga pelo título continental.
Quantas finalizações certas teve o Tricolor na fase final? Zero, assim como na primeira fase.
No Brasileirão, luta foi apenas contra a degola
Sobrou no calendário o Brasileirão, no qual o clube se limitou a brigar contra a degola. Atingiu seu objetivo. Porém, manteve o comportamento de time pequeno, renunciando a tentar controlar as partidas e indo ao ataque apenas quando não tinha alternativa.
Ex-zagueiro, Mano Menezes começou sua carreira como treinador no pequenino Guarani de Venâncio Aires, interior do Rio Grande do Sul. Porém, decolou mesmo foi no 15 de Novembro de Campo Bom.
Levou o clube às Semifinais da Copa do Brasil de 2004. Então, o torneio não tinha tanta atenção assim. Muitos clubes considerados grandes sequer o disputavam. Mesmo assim, o resultado alcançado foi uma façanha.
Mais de 20 anos depois, Mano Menezes deixou o Campo Bom. Fez uma carreira sólida tendo dirigido times grandes (Grêmio, Internacional, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro e Bahia) e até a seleção brasileira (principal e olímpica).
Mas o 15 de Campo Bom não saiu de Mano Menezes.
Mesmo com seu currículo respeitável, ele continua montando suas equipes como times pequenos, reativos, sem interesse de controlar o jogo e ficando à mercê da falta de pontaria dos rivais e de eventuais contra-ataques em velocidade.
Muito pouco.
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