A conta é simples: 3 × 4 = 12.
Faça o contrário: 4 × 3 = 12.
Mesmos fatores, mesmos resultados.
Uma regra básica da matemática. A ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, o resultado da operação.
No futebol, todavia, a prudência recomenda contrariar esse ensinamento.
Especialmente quando o assunto é troca do técnico.
Em plena reta final dos estaduais, São Paulo e Fluminense são exemplos disso.
O Tricolor Paulista segura o técnico Luis Zubeldía, apesar dos protestos das torcidas, essencialmente por meio das redes sociais, pedindo a demissão do argentino.
Motivos para isso existem. Afinal, o treinador faz sua segunda temporada à frente do clube do Morumbis. Entretanto, não mostra evolução na comparação com a primeira, que até pode ser considerada bem-sucedida, apesar da falta de títulos.
No domingo, 16 de fevereiro, o treinador defendeu seu emprego montando uma retranca para conter o Palmeiras em jogo no Allianz Parque pela décima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.
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Com o emprego garantido, ao mesmo temporariamente, Zubeldía comanda treino do São Paulo após clássico com o Palmeiras. Foto: Site do São Paulo/Reprodução. |
Alcançou o objetivo desejado. Tendo feito somente uma finalização certa ao longo da partida, o São Paulo segurou o 0 a 0 até o apito final. Com isso, garantiu a vaga nas quartas de final do Paulistão com duas jornadas de antecedência.
A qualidade do futebol exibido, entretanto, foi bem abaixo do que se poderia esperar diante do potencial do elenco são-paulino. O time acumula quatro partidas sem vencer.
Tem como agravante o jogo diante da Inter de Limeira, no qual atuou em superioridade numérica durante toda a segunda fase e não conseguiu fazer a rede balançar. Precisou engolir o 0 a 0.
Fluminense vive situação semelhante
Não é o único tricolor a viver essa situação. O Fluminense também lida com pedidos pela cabeça de Mano Menezes. O gaúcho chegou ao clube na temporada passada em momento de desespero.
Fez um contato de curta duração. Seu maior objetivo era evitar a queda para a Segunda Divisão. Cumpriu a missão. Com isso, teve o compromisso renovado para a temporada 2025.
No entanto, seu estilo de jogo essencialmente defensivo tem incomodado parcela da torcida do Tricolor das Laranjeiras.
Às vésperas da última rodada da Taça Guanabara, fase de classificação do Campeonato Carioca, o clube está fora da região que permite avançar para as semifinais e, dessa forma, seguir na luta pelo título.
E isso é uma melhora. Até a vitória de domingo contra o Nova Iguaçu, por 2 a 0, o Fluminense sequer estava na zona de classificação para a Taça Rio, torneio de consolação reservado aos times que ficam entre a quinta e oitava colocações da Taça Guanabara.
Cartolas retardam demissão
Tanto em um caso quanto em outro, os cartolas ainda não sucumbiram aos protestos da torcida e mantiveram os treinadores no cargo. Mesmo com resultados desfavoráveis.
O motivo para isso é simples. No futebol, a ordem dos fatores altera o produto.
A primeira pergunta a ser feita não é se Mano Menezes ou Luis Zubeldía devem ser demitidos. Mas sim quem será colocado no lugar deles se a demissão acontecer.
Uma análise a partir das opções de treinadores disponíveis no mercado e com chance de aceitar uma possível proposta dos tricolores é desanimadora.
O principal nome da fila do desemprego é Renato Gaúcho. Dispensado pelo Grêmio, o 'fake técnico', um arauto da ignorância, que afirma ser desnecessário estudo e preparação para exercer a profissão, passa os dias jogando futevôlei no Rio de Janeiro.
A falta de opções fará certamente com que, mais cedo ou mais tarde, receba uma proposta. Porém, ao menos por enquanto, segue aproveitando seu período de férias.
Não é o único nessa situação. Aposentado por falta de propostas, Vanderlei Luxemburgo vira e mexe aparece nas mídias sociais com declarações que visam chamar a atenção e lembrar aos cartolas que basta uma proposta para largar o pijama e voltar à ativa.
Quem consegue fazer a segunda pergunta antes da primeira, não dispensa um treinador para contratar Renato Gaúcho ou Vanderlei Luxemburgo. Não é uma daquelas trocas de seis por meia dúzia.
No caso, na melhor das hipóteses, é abandonar um técnico nota seis para pegar um nota dois.
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