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Como é medido o índice da inflação

       
  
Imagem: Pixabay


Artigo de Paulo Matuck

Nunca antes na história desse país a inflação de fevereiro foi tão alta. Opa... É um exagero. Porém, não está tão longe assim da realidade.
O índice de 1,31% de inflação registrado no segundo mês de 2025 foi o maior desde 2003, quando o número ficou em 1,62% no mesmo período.

Nos últimos 12 meses, a inflação foi de 5,06%, acima da meta determinada pelo Banco Central, o que significa que a política de aumentar os juros para desacelerar a economia e, por consequência, a inflação será mantida.
Esse economês pode soar estranho. Assim como valor do índice. Mas vamos traduzir isso para o português.

Como é determinado o índice de inflação no Brasil?

Antes de mais nada, é preciso saber que não há um, mas dois índices que servem para medir a inflação. Ambos são medidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

  1. IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): É o índice oficial usado pelo governo para monitorar a inflação. É o principal indicador para a política monetária e metas de inflação.

  2. INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): Usado para reajustes salariais e benefícios sociais.

Ambos os índices são calculados com base em pesquisas de preços realizadas em várias regiões metropolitanas e cidades do Brasil. Eles refletem as variações de preços de itens como alimentos, transporte, habitação e serviços.


Qual a diferença entre IPCA e INPC?

A principal diferença entre o IPCA e o INPC está no público-alvo e na forma como os itens da cesta de consumo são ponderados.

IPCA

INPC

Abrange famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

Focado em famílias de renda até 5 salários mínimos.


Tem maior abrangência em termos de renda, o que o torna mais representativo para a economia como um todo.


É mais voltado para medir a inflação que impacta classes de menor renda.


Qual a metodologia utilizada para calcular IPCA e INPC?

  1. Definição da Amostra:

    • É selecionada uma cesta de bens e serviços representativa do consumo das famílias de acordo com os perfis de renda.

    • São considerados os padrões de consumo de famílias nas áreas urbanas de diferentes regiões do Brasil.

  2. Coleta de Preços:

    • Os preços são coletados mensalmente em estabelecimentos comerciais, serviços e até domicílios (no caso de aluguéis, por exemplo).

    • São monitorados preços em diversas categorias, como alimentos, transporte, habitação e saúde.

  3. Ponderação dos Itens:

    • Cada item da cesta tem um peso calculado com base em sua importância no orçamento das famílias.

    • Esses pesos variam entre o IPCA e o INPC, devido às diferenças nos padrões de consumo dos públicos-alvo.

  4. Cálculo da Variação:

    • A variação de preços de cada item é combinada usando os pesos atribuídos para gerar o índice geral.

    • Isso resulta no percentual de inflação mensal.

  5. Regiões Pesquisadas:

    • A pesquisa cobre várias regiões metropolitanas e capitais do Brasil, garantindo ampla representatividade nacional.

Imagem: Pixabay

Como esses índices afetam o poder de compra das famílias?

  1. Diminuição do Poder de Compra:

    • Quando a inflação sobe, os preços aumentam, e o dinheiro das famílias passa a valer menos. Em outras palavras, com a mesma quantidade de dinheiro, elas conseguem comprar menos itens do que antes.

  2. Reajustes Salariais:

    • O INPC é amplamente usado para corrigir salários, aposentadorias e benefícios sociais. Se o reajuste não acompanhar a inflação, os trabalhadores podem perder poder de compra ao longo do tempo.

  3. Impacto Diferenciado por Renda:

    • Famílias de baixa renda (monitoradas pelo INPC) tendem a sentir mais os efeitos da inflação, especialmente em itens essenciais como alimentos. Isso ocorre porque esses itens têm um peso maior no orçamento delas.

    • Já no IPCA, que inclui famílias com renda maior, o impacto da inflação pode ser mais diluído, pois esses grupos gastam uma parcela menor de sua renda em produtos básicos.

  4. Taxa de Juros e Consumo:

    • A inflação influencia a política monetária do governo. Para controlar a inflação, o Banco Central pode aumentar a taxa de juros (Selic), o que encarece o crédito e reduz o consumo das famílias, afetando ainda mais o orçamento doméstico.

  5. Planejamento Financeiro:

    • Altas taxas de inflação tornam mais difícil planejar despesas e economias, já que os preços podem subir de forma imprevisível.

Quais estratégias podem ajudar a proteger o poder de compra em tempos de inflação?

  1. Investimentos Atrelados à Inflação:

    • Aplicar em ativos financeiros que acompanham a inflação, como Tesouro IPCA+ ou fundos de investimento indexados. Esses instrumentos ajustam seus rendimentos com base nos índices de inflação.

  2. Diversificação de Investimentos:

    • Evitar concentrar recursos em um único tipo de investimento. Uma carteira diversificada, incluindo renda fixa, ações, fundos imobiliários e até mesmo moedas estrangeiras, pode reduzir os impactos da inflação.

  3. Reduzir Dívidas de Juros Altos:

    • Em tempos de inflação elevada, as taxas de juros também sobem, tornando dívidas no cartão de crédito ou empréstimos pessoais mais caras. Quitá-las ou renegociá-las é uma boa estratégia.

  4. Revisar e Ajustar o Orçamento:

    • Priorizar gastos essenciais e buscar formas de economizar em despesas menos prioritárias. Também é importante monitorar os preços para evitar compras impulsivas.

  5. Negociações e Reajustes Salariais:

    • Em casos de inflação elevada, negociar reajustes salariais com base no INPC pode ajudar a manter o poder de compra.

  6. Buscar Alternativas de Consumo:

    • Considerar marcas mais econômicas ou substituir produtos por equivalentes mais acessíveis. Em momentos de alta dos preços, essas mudanças podem fazer diferença.

  7. Reservas de Emergência:

    • Manter uma reserva financeira garante segurança diante de aumentos inesperados de preços ou despesas urgentes.

  8. Aprimorar a Educação Financeira:

    • Compreender o impacto da inflação na economia e no seu bolso ajuda a tomar decisões mais informadas e proteger o patrimônio.

Imagem: Pixabay

Quais são as diferenças entre o IPCA e outros índices de inflação?


  1. IPCA vs. IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado):

    • O IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e reflete preços em três componentes principais: o IPA (preços no atacado), o IPC (preços ao consumidor) e o INCC (custos da construção civil).

    • Ele abrange uma visão mais ampla da economia, incluindo setores como indústria e agricultura, e é comumente usado em contratos de aluguel e tarifas de energia.

    • Já o IPCA foca nos preços ao consumidor final e reflete mais diretamente o impacto no orçamento doméstico.

  2. IPCA vs. IPC-FIPE (Índice de Preços ao Consumidor da FIPE):

    • O IPC-FIPE é específico para a cidade de São Paulo, enquanto o IPCA representa uma média nacional, cobrindo várias regiões metropolitanas.

    • Ambos medem a inflação ao consumidor, mas o IPC-FIPE tem uma abrangência geográfica menor.

  3. IPCA vs. outros índices regionais:

    • Alguns estados ou instituições têm seus próprios índices para acompanhar a inflação local. Por exemplo, o IPC-FIPE para São Paulo ou índices específicos de capitais.

    • O IPCA é a referência nacional e tem maior abrangência e representatividade.

Texto produzido com auxílio de inteligência artificial.
Fontes:
1) Banco Central do Brasil
2) IBGE

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