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Foto: Site da Liga Argentina de Futebol/Reprodução |
Nem precisou pensar muito e já cravou Brasil. Então, errou. Não que o Campeonato Brasileiro faça feito no ranking mundial de trocas de técnico. Porém, o país não é o que mais demites comandantes ao longo da disputa.
Artigo de Paulo Matuck
19/05/2025
Quando o assunto é troca de treinador, ninguém supera a Argentina. O Torneio Abertura, que está prestes a ter sua decisão entre Hucarán em Platense no próximo domingo, 1º de junho, apresentou média pouco superior a uma troca de treinador por rodada durante a etapa classificatória.
Contando com 30 clubes, o Campeonato Argentino teve 17 mudanças de treinador nas 16 jornadas da fase de classificação de sua primeira metade. A segunda ainda não começou. Ou seja, média de 1,06 técnico na fila do seguro desemprego por rodada.
Dos 14 países pesquisados, a liga argentina foi a única que apresentou média superior a um treinador demitido por jornada.
Brasil chega perto, mas fica atrás do 'hermanos'
O Campeonato Brasileiro, que ainda está sem seu início, tendo chegado à décima rodada no último final de semana, não fica muito atrás da Argentina. Tem média de 0,8 treinador dispensado por jornada.
A terceira colocação nesse ranking é também de uma liga sul-americana. O Campeonato Uruguaio, que agora vive o torneio Intermédio, teve em sua primeira parte, o chamado Torneio Abertura, com índice de queda de 0,53 técnico/jornada.
Entre os europeus, Portugal lidera a dança das cadeiras
Os técnicos portugueses estão entre os mais cobiçados. O país exporta treinadores para ligas ao redor do planeta. Porém, o Campeonato Português é uma prova de que santo de casa não faz milagre.
Na temporada 2024/2025, que já foi encerrada, houve 0,47 queda de treinador por jornada. Arredondado e simplificando: rodada sim, rodada não, um técnico recebeu o pé na bunda.
A diferença na comparação com o segundo colocado é mais que o dobro. Bundesliga e Ligue 1, que completam o pódio do ranking de troca de técnicos na Europa, apresentam média de queda de 0,18 treinador/rodada.
Asiáticos são os mais pacientes
Australianos e japoneses são os mais pacientes em relação aos treinadores. Na Austrália, que geograficamente está na Oceania, mas no mundo da bola é vinculada à Confederação Asiática, houve somente uma demissão de treinador nas 26 jornadas da A-League.
A competição ainda engatinha. Tem apenas 13 clubes, sendo um deles, o Auckland FC, da Nova Zelândia, país que não conta com uma liga nacional.
O índice de queda australiano é de 0,04. O Japão tem índice muito próximo. Apresenta 0.06 demissão de técnico por rodada. Com 20 clubes em sua divisão de elite, o Campeonato Japonês, assim como a A-League, teve somente uma dispensa de treinador.
Entretanto, para fins de cálculo, a divisão foi feita por 18 jornadas, uma vez que a edição 2025 do torneio está em andamento
Porém, a J-League ainda está em seu primeiro turno. Até agora, foram disputadas 18 jornadas, o que torna a média japonesa um pouco mais alta. Na prática, pode ser decretado um empate técnico com os australianos.
Premier League lidera no quesito internacionalização
Se não tem muitas trocas de treinadores, a Premier League apresenta o mais alto índice de técnicos estrangeiros em suas equipes. Dos 20 times que disputam a divisão de elite do Campeonato Inglês, 85% são de outros países.
Essa seleção mundial de 'professores' tornou a liga inglesa a mais importante entre os torneios nacionais. Também apresentam alto índice de técnicos estrangeiros (mais da metade), os torneios de Arábia Saudita (72,2%), México (66,7%) e Espanha (55,6%).
No caso dos sauditas, esse número poderia ter atingido 94,4% se os clubes não tivessem antecipado os planos para a próxima temporada. Pouco antes do final da versão 2024/2025 do Campeonato Saudita, quatro estrangeiros foram dispensados, incluindo o português Jorge Jesus, sendo substituídos por locais. Interinos até a definição do próximo comandante.
Na outra ponta do índice de treinadores estrangeiros estão dois países que demitem treinadores com grande facilidade. A Argentina, que tem a maior taxa de quedas é a que menos 'forasteiros' possui. São 6,7%. O Uruguai está apenas um pouco acima (12,5%).
Como foi feito o levantamento
O levantamento produzido pelo blog Futebol e Muito Mais levou em consideração 14 ligas nacionais espalhadas pelo planeta. Na Europa, foram selecionados os torneios de Portugal, Espanha, Alemanha, França, Itália e Inglaterra.
Nas américas, foram pinçados os campeonatos de Brasil, Uruguai, Argentina, México e Estados Unidos. Completam a lista de analisados as competições de Austrália, Japão e Arábia Saudita.
O estudo considerou o técnico que liderou o time na primeira rodada de sua liga nacional e aquele que estava no posto na jornada anterior ao levantamento.
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